quarta-feira, 2 de maio de 2012

PORTO DIGITAL É A BOLA DA VEZ


Não faltam candidatos ao posto de polo criativo em Pernambuco. Um deles é o Porto Digital, um modelo de negócios de segunda geração que, a partir de uma lei municipal (17.762/2011), foi beneficiado com a expansão do seu território para o bairro de Santo Amaro e estendeu a redução de até 60% do ISS (Imposto Sobre Serviço) para outros segmentos. Até então, a alíquota de 2% só valia para o setor de tecnologia, que sozinho fatura mais de R$ 1 bilhão por ano e emprega cerca de 6,5 mil profissionais no Bairro do Recife.

Com a mudança, também atracarão neste porto empresas de serviços como fotografia, cinema, diversão e lazer, que poderão desfrutar, a partir de 2013, de uma aceleradora para ajudar na captação de parceiros e financiamentos. Eis uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos empreendedores do ramo criativo, considerados ainda “alto risco” pelos bancos.

Mas arregimentar recursos não é a maior preocupação dos que estão à frente deste projeto. Para transformar Santo Amaro e elevar o Porto Digital à terceira geração de polos tecnológicos, é preciso preparar o bairro, que já caiu na rede de apostas do mercado imobiliário. “Desde o ano passado estamos discutindo qual será a narrativa deste lugar, já que o carro não será prioridade. O transporte público e as bicicletas terão mais espaço, queremos ruas arborizadas também. As moradias do lugar precisam ser mantidas”, destaca Milton Botler, presidente do Instituto Pelópidas da Silveira, órgão criado em 2009 pela Prefeitura do Recife para pensar em novas soluções para a cidade.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, José Bertotti, acrescenta que a prefeitura está analisando um projeto-piloto da empresa pernambucana Mobilicidade, que pretende implantar estações de bicicleta no Recife Antigo e em Santo Amaro, facilitando assim a ligação entre os dois bairros. Além disso, a Câmara de Vereadores analisa uma matéria do Executivo que repassa à empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano a responsabilidade de licitar novas linhas de ônibus, o que daria celeridade a projetos como o dos terminais integrados nos grandes corredores urbanos, como a Avenida Cruz Cabugá. “Também temos estabelecido parcerias com a iniciativa privada para realizar obras de melhoramento viário”, explica Bertotti. Uma dessas empresas é a Contax, que mantém no bairro a maior central de call center da América Latina. (B.S.C.)

Diário de Pernambuco